SAÚDE
Novas
recomendações alimentares para a população americana: menos açúcar adicionado a
alimentos e bebidas, menor restrição a gorduras insaturadas e colesterol na
dieta
O Scientific Report of the 2015 Dietary Guidelines Advisory Committee
(DGAC) foi criado em conjunto pelas secretarias do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e do Departamento de Agricultura dos EUA, que se unem
a cada cinco anos para determinar as novas evidências científicas importantes
para a saúde pública dos americanos com 2 anos de idade ou mais, publicados desde as
últimas deliberações do DGAC.
O trabalho do DGAC foi orientado por duas realidades fundamentais. Em primeiro lugar, cerca
de metade de todos os adultos americanos são portadores de uma ou mais doenças
crônicas evitáveis e cerca de dois terços dos adultos estão com sobrepeso ou obesos. Padrões alimentares pobres, consumo excessivo de calorias esedentarismo contribuem diretamente para esses transtornos. Em segundo lugar,
comportamentos nutricionais individuais e a prática de atividades físicas, além
de outros comportamentos de vida relacionados à saúde são fortemente influenciados por
contextos pessoais, sociais, organizacionais e ambientais. Mudanças positivas
no comportamento individual podem melhorar substancialmente os resultados de saúde.
Segue resumo dos principais tópicos
do DGAC:
·
Vários nutrientes são pouco
consumidos, tais como: vitamina A, vitamina D, vitamina E, vitamina C, ácido fólico, cálcio, magnésio, fibra e potássio. Para mulheres
adolescentes e na pré-menopausa, o ferro também é um nutriente muitas vezes deficiente na dieta. Já o
sódio e gordura
saturada são consumidos além do necessário
pela população dos Estados Unidos e este consumo excessivo representa riscos à saúde.
·
Em comparação com as quantidades
recomendadas pelo USDA Food Patterns, a maioria da população
dos EUA tem baixa ingestão de grupos fundamentais de alimentos que são
importantes fontes de nutrientes incluindo legumes, frutas, grãos integrais e
laticínios. Os dados sugerem cautela na alimentação de crianças com idades
entre 2 a 5 anos, para que garantam a ingestão das quantidades recomendadas de
frutas e laticínios diariamente. No entanto, uma melhor compreensão é
necessária sobre como preservar e incentivar os bons hábitos do início da vida.
·
A análise de alimentos tais como
hambúrgueres, sanduíches, sobremesas e bebidas mostra que a composição de
muitos desses itens poderia ser melhorada para aumentar a ingestão de grupos de
alimentos pouco consumidos e para reduzir o consumo de sódio, de gordura saturada e de grãos refinados pela população.
·
Independente dos locais onde os
alimentos são comprados/consumidos pela população dos EUA (supermercados, lojas
de conveniência, escolas e locais de trabalho), o DGAC constatou
que, embora a qualidade da dieta varie um pouco pelo ambiente onde o alimento é
obtido, em geral, a qualidade da dieta não cumpre as recomendações.
·
A obesidade e muitas outras condições
de saúde relacionadas à nutrição são altamente prevalentes e toda a nação deve acelerar o progresso no
sentido de reduzir a incidência e prevalência dessas doenças.
·
Quanto às bebidas alcoólicas, o
Comitê confirmou várias conclusões do DGAC 2010,
incluindo o consumo moderado de álcool poder ser um componente de um padrão
alimentar saudável, e que, se o álcool for consumido, ele deve ser consumido
com moderação e somente por adultos. No entanto, não é recomendável que alguém
comece a beber ou beba com maior frequência em função dos benefícios potenciais
para a saúde, porque o consumo moderado de álcool também está associado ao aumento
do risco de violência, afogamento e lesões causadas por quedas e acidentes de
trânsito. As mulheres devem estar cientes de um risco moderadamente aumentado
para o câncer de mama, mesmo com o consumo moderado de álcool. Além disso, há muitos casos em
que as pessoas não devem beber álcool, inclusive durante a gravidez. Por causa da evidência substancial demonstrando claramente os
benefícios de saúde doaleitamento
materno, o consumo ocasional de uma bebida
alcoólica não justifica a interrupção daamamentação. No entanto, as mulheres que estão
amamentando devem ser muito cautelosas sobre o consumo de álcool, se optarem
por beber.
·
Seguir um padrão alimentar associado
à redução do risco de doenças
cardiovasculares, excesso de peso eobesidade também traz benefícios positivos para outras áreas da saúde.
·
As características do padrão
alimentar que está sendo recomendado pelo DGAC 2015
reafirmam as características do padrão alimentar recomendado pela DGAC 2010. Além disso, essas características se alinham com as recomendações
de outros grupos, incluindo o Instituto Americano para Pesquisa doCâncer (AICR) e da American Heart Association (AHA). A
maioria das provas consideradas pelo Comitê está focada em padrões alimentares
consumidos por adultos. Muito pouca evidência foi examinada em padrões
alimentares durante a infância. No entanto, os componentes de um padrão
alimentar saudável descritos acima também se aplicam às crianças e são
reafirmados como os padrões da USDA Food, que são projetados para atender às
necessidades de nutrientes em toda a vida.
·
Quanto às mudanças necessárias no
comportamento individual, o DGAC 2015 sugere uma série de estratégias promissoras que podem ser usadas
para influenciar favoravelmente uma série de resultados relacionados com a saúde e para melhorar a eficácia das intervenções. Estas incluem a redução do
tempo passado em frente à TV, redução da frequência de comer em restaurantes de
fast-foods, aumento da frequência das refeições familiares compartilhadas e
auto-monitorização da dieta e do peso corporal, bem como a rotulagem eficaz dos
alimentos para direcionar as escolhas alimentares saudáveis. Estas estratégias
complementam as intervenções de estilo de vida abrangente e o aconselhamento
nutricional por profissionais de nutrição qualificados.
·
Para a prevenção da obesidade, as intervenções multidisciplinares incorporam tanto a nutrição e as atividades físicas, utilizando uma variedade de estratégias, como
as políticas ambientais para melhorar a disponibilidade e fornecimento de
alimentos saudáveis e bebidas, aumentando as oportunidades para a prática de
atividade física, maior envolvimento dos pais (no cuidado da criança e
ambientes escolares), e abordagens educacionais, como um currículo de nutrição escolar.
·
Digno de nota é que não há grupos de
alimentos que precisam ser eliminados completamente para melhorar os resultados
de sustentabilidade sobre o status atual.
·
Uma quantidade moderada de frutos do
mar é um componente importante de dois dos três padrões alimentares
caracterizados como principais, e tem demonstrado benefícios à saúde. A indústria de frutos do mar está no meio de rápida expansão para
atender à demanda mundial. O colapso de algumas pescarias devido à pesca excessiva nas últimas décadas
aumentou a preocupação sobre a capacidade de produzir um fornecimento seguro e
acessível. Além disso, a preocupação tem sido levantada sobre a segurança e os
nutrientes de frutos do mar selvagens capturados versus os
criados em fazendas. Para fornecer frutos do mar o suficiente para suportar o
cumprimento das recomendações dietéticas, serão necessários tanto frutos do mar
criados em fazendas e selvagens capturados.
·
Atualmente, uma forte evidência
mostra que o consumo de café dentro da faixa moderada (3 a 5 xícaras por dia ou
até 400 mg/dia de cafeína) não está associado a um aumento dos riscos de saúde a longo prazo entre os indivíduos saudáveis. De fato, a evidência
consistente indica que o consumo de café está associado à redução do risco de diabetes tipo 2 e doença cardiovascular em adultos. Além disso, a evidência moderada
mostra uma associação protetora entre a ingestão de cafeína e risco de doença de Parkinson. Portanto, o consumo moderado de café pode ser incorporado a um padrão
de dieta saudável, juntamente com outros comportamentos saudáveis. No entanto,
deve notar-se que o café pode conter calorias de creme, leite e açúcares
adicionados. Cuidados devem ser tomados para minimizar a quantidade de caloriasde açúcares adicionados e substitutos lácteos ou laticínios ricos em gordura adicionados ao café.
·
As bebidas energéticas com altos
níveis de cafeína e as bebidas alcoólicas não devem ser consumidos em conjunto,
quer misturados ou consumidos na mesma ocasião, devido aos riscos de toxicidade
produzida pelo excesso de cafeína e de eventos cardiovasculares.
·
A DGAC analisou
também o aspartame adicionado aos alimentos. No nível em que a população dos Estados Unidos
consome aspartame, ele parece ser seguro. No entanto, alguma incerteza ainda permanece
sobre o aumento do risco de câncer linfático e hematopoiético principalmente em homens, indicando a necessidade de
mais pesquisas.
·
A DGAC incentiva
o consumo de padrões alimentares saudáveis que são baixos em gordura saturada, açúcares e sódio. As metas para a população em geral são: menos de
2.300 mg de sódio por dia na dieta, menos de 10% do total de calorias provenientes de gordura
saturada por dia e um máximo de 10% do total
de calorias a partir de açúcares adicionados por dia.
·
Há forte evidência apoiando a
importância da atividade física regular para a promoção da saúde e prevenção de doenças na população dos EUA. A atividade física é
importante para todas as pessoas - crianças, adolescentes, adultos, idosos,
mulheres durante a gravidez e no pós-parto e indivíduos com deficiências.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
NEWS.MED.BR, 2015. Novas recomendações alimentares
para a população americana: menos açúcar adicionado a alimentos e bebidas,
menor restrição a gorduras insaturadas e colesterol na dieta. Disponível em:
<http://www.news.med.br/p/saude/744482/novas-recomendacoes-alimentares-para-a-populacao-americana-menos-acucar-adicionado-a-alimentos-e-bebidas-menor-restricao-a-gorduras-insaturadas-e-colesterol-na-dieta.htm>.
Acesso em: 27 fev. 2015.