Saúde
Prevenindo o Diabetes Mellitus e suas Complicações
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
As notas a seguir são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
As notas a seguir são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
Estima-se que o diagnóstico do diabetes mellitus (DM) ocorra em média 7 anos após o início da hiperglicemia. (Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sanguínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).)
As recomendações da Sociedade Brasileira de Diabetes para o rastreamento do DM são:
Investigar DM a cada 3 anos em todos os indivíduos com mais de 45 anos.
Rastreamento mais freqüente e mais precoce na presença de:
- Excesso de peso
- Dislipidemia, principalmente na presença de HDL colesterol baixo e triglicérides elevados
- Hipertensão arterial (pressão alta)
- Doença cardiovascular
- Antecedente familiar de diabetes
- Diabetes gestacional prévio, história de macrossomia e abortos de repetição
Quais os fatores de risco para o Diabetes mellitus?
Fator de risco significa mais chance de desenvolver a doença.
São fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes:
- Sedentarismo
- Sobrepeso
- Distribuição central de gordura
- Dieta rica em gordura
- Hipertensão arterial
- Dislipidemia (alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas).
Além dos fatores acima, deve ser dada uma atenção especial para os fatores de risco para doenças cardiovasculares como o tabagismo, hipertensão arterial e dislipidemia para evitar o diabetes mellitus.
Como se previne?
O mais importante é o adequado controle dos níveis glicêmicos do paciente diabético.
Controlar a hipertensão arterial também ajuda a prevenir as complicações dos eventos cardiovasculares em diabéticos.
Como benefícios do controle da glicemia e da hipertensão há uma redução das complicações do diabetes, redução da morte por diabetes e da mortalidade geral, diminuição do número de acidentes vasculares cerebrais, infartos e de doenças microvasculares.
As principais complicações microvasculares no paciente com diagnóstico de DM2 são:
- Neuropatia(Neuropatia: Doença do sistema nervoso. As três principais formas de neuropatia em pessoas diabéticas são a neuropatia periférica, neuropatia autonômica e mononeuropatia. A forma mais comum é a neuropatia periférica, que afeta principalmente pernas e pés.)
- Retinopatia
- Nefropatia (Nefropatia: Lesão ou doença do rim.)
O dano endotelial parece ser o fator desencadeante na patogênese dessas complicações. Essa disfunção endotelial é um marcador precoce da aterosclerose.
O tratamento intensivo dos múltiplos fatores de risco (níveis glicêmicos, níveis pressóricos, perfil lipídico e a microalbuminúria) reduz significativamente os eventos cardiovasculares e microvasculares em cerca de 50%.
Microalbuminúria: Pequena quantidade da proteína chamada albumina presente na urina, detectável por exame laboratorial. É um sinal precoce de dano aos rins (nefropatia), uma complicação comum e séria do diabetes. A ADA (American Diabetes Association) recomenda que as pessoas com diabetes tipo 2 testem a microalbuminúria no momento do diagnóstico e uma vez por ano após o diagnóstico. Pessoas com diabetes tipo 1 devem ser testadas após 5 anos do diagnóstico e a cada ano após o diagnóstico. A microalbuminúria é evitada com o controle da glicemia, redução na pressão sanguínea e modificação na dieta.
Um estilo de vida mais saudável é capaz de reduzir, em indivíduos pré-diabéticos, seu risco de DM em 58%, segundo dados do estudo conduzido pelo Finish Diabetes Prevention Study Group. Este estilo deve ser baseado em:
- dieta balanceada e rica em fibras
- peso corporal realisticamente adequado
- prática de atividades físicas por pelo menos 150 minutos semanais
Pelo mesmo estudo, o uso de metformina foi pior que as mudanças no estilo de vida para a prevenção do diabetes. Com redução no risco de DM de 31% e 58%, respectivamente.
A redução da gordura visceral (obesidade central) ajuda a reduzir a resistência insulínica e a melhorar o perfil metabólico.
O ideal é manter um consumo diário de carboidratos em 50-60% da energia total ingerida, associado ao consumo de 15g de fibras para cada 1000kcal/dia, com redução das gorduras para menos de 30%, sendo menos de 10% de gordura saturada.
A perda de 5 a 10% do peso corporal total foi a intervenção mais efetiva na redução do risco de desenvolver diabetes no Finnish Diabetes Prevention Study (DPS). Os indivíduos que aderiram tanto às mudanças do plano alimentar, quanto à atividade física obtiveram esta perda de peso, que além de possibilitar o alcance das metas glicêmicas, retarda a progressão da doença, reduz as necessidades insulínicas e permite a retirada do tratamento farmacológico.
A atividade física tem o potencial de prevenir ou adiar a progressão para o diabetes tipo 2. Além de reduzir a gordura visceral, com conseqüente melhora na composição corporal e no índice de massa corporal (IMC).
O hábito de fumar é danoso, pois é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares. Então, pacientes diabéticos devem evitar o fumo como prevenção da principal causa de morte entre diabéticos.
Mesmo com a glicemia controlada, existem exames que devem ser feitos periodicamente pelos diabéticos?
Caso o diabetes esteja sendo bem controlado, existem exames que podem ser feitos para monitorar as complicações do diabetes e evitar sua progressão. São eles:
- Dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c): deve ser mantida sempre menor do que 7%
- Exame de fundo de olho: faz a análise da retina do diabético
- Dosagem da microalbuminúria: verifica a presença de pequenas quantidades de proteínas na urina que podem causar nefropatia
- Aferição da pressão arterial
- Lipidograma ou dosagem de colesterol
- Exame dos pés: para evitar as lesões do pé diabético e amputações de membros inferiores
Perguntas que você pode fazer ao seu médico:
- Como uma atividade física influencia no meu controle glicêmico?
- Quais os cuidados que devo ter para prevenir as complicações da minha condição?
- O que acontece se eu não conseguir fazer um bom controle do meu diabetes?
Fontes:
Atualização Brasileira sobre Diabetes – 2006
Consenso Brasileiro sobre Diabetes – 2002
ABC.MED.BR, 2008. Prevenindo o Diabetes Mellitus e suas Complicações. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2013.
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