SAÚDE
Saxenda: novo medicamento é aprovado pela FDA para controle de peso corporal
O índice de massa corporal (IMC), que mede a gordura
corporal com base no peso e na altura do indivíduo, é utilizado para definir a
obesidade e o excesso de peso em categorias.
Segundo James Smith, vice-diretor da Division of
Metabolism and Endocrinology Products no FDA’s Center for Drug Evaluation and
Research, o Saxenda, usado responsavelmente em combinação com um estilo de vida
saudável, que inclui uma dieta de baixas calorias e exercícios físicos, oferece
uma opção de tratamento adicional para o controle crônico de peso para as
pessoas que são obesas ou estão acima do peso e têm pelo menos uma comorbidade
relacionada ao aumento do peso corporal associada.
O GLP-1 (Glucagon-like peptide-1) é um hormônio
produzido no intestino, na presença de alimentos. Entre outras funções, ele
estimula a produção e a secreção do hormônio insulina pelo pâncreas. Nos
pacientes diabéticos tipo 2, a atividade do GLP-1 é insatisfatória, o que reduz
as taxas de insulina e aumenta os níveis de açúcar no sangue - as duas
principais características do diabetes. O Saxenda é um agonista do receptor
GLP-1 e não deve ser utilizado em combinação com qualquer outro fármaco que
pertença a esta mesma classe, incluindo o Victoza, usado para o tratamento da
diabetes tipo 2. Saxenda e Victoza contêm o mesmo princípio ativo (liraglutide)
em diferentes doses (3 mg e 1,8 mg; respectivamente). No entanto, Saxenda não é
indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, pois não foram estabelecidas a
segurança e a eficácia de Saxenda para o tratamento de diabetes.
A segurança e eficácia do Saxenda foram avaliadas em
três ensaios clínicos que incluíram aproximadamente 4.800 pacientes obesos e
com excesso de peso com e sem condições significativas relacionadas ao aumento
do peso corporal. Todos os pacientes receberam aconselhamento sobre
modificações de estilo de vida que consistia em uma dieta de baixas calorias e
a prática regular de atividade física.
Os resultados de um ensaio clínico que envolveu
pacientes sem diabetes mostraram que os pacientes tiveram uma perda de peso
média de 4,5% da linha de base em relação ao tratamento com placebo (pílula
inativa) em um ano. Neste ensaio, 62% dos pacientes tratados com Saxenda
perderam, pelo menos, 5% do seu peso corporal, em comparação com 34% dos
pacientes tratados com placebo. Os resultados de outro ensaio clínico que
envolveu pacientes com diabetes tipo 2 mostrou que os pacientes tiveram uma
perda de peso média de 3,7% da linha de base em relação ao tratamento com
placebo em um ano. Neste ensaio, 49% dos pacientes tratados com Saxenda
perderam, pelo menos, 5% do seu peso corporal, em comparação com 16% dos
pacientes tratados com placebo.
As pessoas que utilizam Saxenda devem ser avaliadas
após 16 semanas, para determinar se o tratamento está funcionando. Se um
paciente não perdeu pelo menos 4% de peso corporal apresentado no início do
estudo, o Saxenda deve ser interrompido, uma vez que é pouco provável que o
paciente consiga manter uma perda de peso clinicamente significativa com a
manutenção do tratamento.
Saxenda tem na sua bula uma advertência informando que
tem sido observado em estudos com roedores a presença de tumores da glândula
tireoide (tumores de células-C da tireoide), mas que não se sabe se o Saxenda
provoca tumores de células-C da tireoide, incluindo um tipo de câncer de
tireoide chamado carcinoma medular da tireoide (CMT), em seres humanos. Saxenda
não deve ser utilizado em pacientes com história pessoal ou familiar de CMT ou
em pacientes com síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (uma doença em
que os pacientes têm tumores em mais de uma glândula do corpo e que predispõe
ao CMT).
Os efeitos secundários graves relatados em doentes
tratados com Saxenda incluem pancreatite, doença da vesícula biliar,
insuficiência renal e pensamentos suicidas. Saxenda também pode aumentar a
frequência cardíaca e deve ser interrompido em pacientes que apresentem um
aumento sustentado na frequência cardíaca de repouso.
A FDA está exigindo os seguintes estudos
pós-comercialização para o Saxenda:
Ensaios clínicos para avaliar a dose, segurança e
eficácia em pacientes pediátricos.
Estudo para avaliar os potenciais efeitos sobre o
crescimento, maturação sexual e desenvolvimento e função do sistema nervoso
central em ratos imaturos.
Registro de caso de CMT, de pelo menos 15 anos de
duração, para identificar qualquer aumento na incidência CMT relacionado ao
Saxenda.
Avaliação do risco potencial de câncer de mama com o
uso de Saxenda em ensaios clínicos em curso.
Além disso, a segurança cardiovascular da liraglutide
está sendo investigada em estudos em curso.
A FDA aprovou Saxenda como uma estratégia Risk
Evaluation and Mitigation Strategy (REMS), que consiste em um plano de
comunicação para informar os profissionais de saúde sobre os riscos graves
associados ao uso de Saxenda.
Saxenda é fabricado pela Novo Nordisk S/A, na
Dinamarca, e é distribuído pela Novo Nordisk, em Nova Jersey.
Fonte: FDA News Release, de 23 de dezembro de 2014
Disponível em:
<http://www.news.med.br/p/pharma-news/738827/saxenda-novo-medicamento-e-aprovado-pela-fda-para-controle-de-peso-corporal.htm>.
Acesso em: 13 abr. 2015.
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